A CHÁCARA DO CHICO BOLACHA
NA CHÁCARA DO CHICO BOLACHA
QUE SE PROCURA
NUNCA SE ACHA
QUANDO CHOVE MUITO
CHICO BRINCA DE BARCO,
PORQUE A CHÁCARA VIRA CHARCO
QUANDO CHOVE NADA,
CHICO TRABALHA COM A ENXADA
E LOGO SE MACHUCA
E FICA DE MÃO INCHADA.
POR ISSO, COM CHICO BOLACHA
QUE SE PROCURA NUNCA SE ACHA.
DIZEM QUE A CHÁCARA DO CHICO
SÓ TEM CHUCHU
E UM CACHORRO COXO
QUE SE CHAMA CAXAMBU.
OUTRAS COISAS, NINGUÉM PROCURE,
PORQUE NÃO SE ACHA.
COITADO DO CHICO BOLACHA
.
Cecília Meireles
Pessoas são Diferentes.- São duas crianças lindas
- Mas são muito diferentes!
- Uma é toda desdentada,
- A outra é cheia de dentes...
- Uma anda descabelada,
- A outra é cheia de pentes!
- Uma delas usa óculos,
- E a outra só usa lentes.
- Uma gosta de gelados,
- A outra gosta de quentes.
- Uma tem cabelos longos,
- A outra corta eles rentes.
- Não queira que sejam iguais,
- Aliás, nem mesmo tentes!
- São duas crianças lindas,
- Mas são muito diferentes!
- Ruth Rocha
Como trabalhar com poesia?- • Brincar com as palavras(achar uma palavra dentro da outra)
- • Reconhecer palavras que rimam
- • Criar rimas•
- Fazer acrósticos•
- Trabalhar também o desenho (ilustrar um poema)
- • Formar palavras substituindo vogais•
- Explorar a diferença entre canção e poema•
- Trabalhar noções do real e imaginário•
- Colocar poema na ordem correta•
- Montar acróstico•
- Ordenação de versos•
- Escrita de texto lacunado•
- Criação de poema O que a poesia nos dá?•
- Ajuda a romper modos convencionais de percepção e julgamento.•
- Faz com que vejamos o mundo e as pessoas com novos olhos
- ou descubramos novos aspectos deles.•
- Pode dar-nos uma consciência mais ampla dos nossos sentimentos profundos.•
- Possibilita o exercício de reconhecer-se no outro --elemento fundamental da arte.
- • Discernimento do limite entre realidade e criação
- Multiplicidade de gêneros poéticos (e textuais) --
- poesia concreta, soneto, haicai, poema musical etc.
- Assim Assado, de Eva Furnari. São Paulo, Moderna, 1991.Ilustrações da autora.Este livro da Eva Furnari faz parte de uma coleção que traz como recurso central o jogo de palavras, cujo elemento constitutivo é a quebra de expectativa. Como se vê nas quadrinhas abaixo:
- Era uma vez...Um elefante delicado,
- Levou uma bronca Ficou emburrado.
- Era uma vez...Uma velha coroca
- Foi pro jardim, Conversar com minhoca.
- O mesmo tipo de recurso aparece em Você troca?,
- agoranos tercetos:
- Você trocaUm mamão bichado Por um bichão mimado?
- Por serem breves, apoiados em rimas que facilitam amemorização,
- os livros de Furnari são indicados para crianças em fase de alfabetização.
- EDITORA :MODERNA
- poesia_buriti.pdf
A poesia para crianças é o brincar que elas tanto gostam, só que com as palavras.
Palavras que, combinadas, inventam novos sentidos e constroem sons, ritmos e imagens diferentes.
A criança está sempre em busca de experiências e a poesia é uma forma nova de descobrir a vida, explorando o mundo fascinante dos sons e das idéias.
A linguagem da poesia trabalha a sensibilidade da criança, desenvolvendo sua relação com a leitura e a escrita.É importante ler poemas de maneira a revelar o ritmo e os sons das palavras.
- Os animais.
- O jacaré;
- Não larga do meu pé.
- Já o leão
- É sempre o bonzão.
- A cegonha
- Sempre fica com vergonha.
- O gato,
- Só usa o meu sapato.
- O tucano
- Só se enxuga com pano.
- O pinguim,
- Só fala de mim.
- O elefante,
- só gosta de coisa gigante.
- O pato,
- só anda de jacto.
- A borboleta,
- é xereta.
- A foca,
- só fala fofoca.
- O mosquito,
- só não gosta do periquito;
- já o periquito,
- só gosta do mosquito.
- As formigas,
- só gostam de coisas antigas.
- E o passarinho,
- assiste tudo em seu ninho.
- Gabriel Queiroz Rodrigues
A Rainha das borboletas
Era uma vez uma borboleta muito, muito bonita.
As suas asas tinham mil cores e ao voar deixavam um rasto brilhante de pózinhos de perlimpimpim.
A Borboleta de Mil Cores era mágica.
Todas as manhãs esvoaçava sobre um enorme jardim florido e cobria as flores de pó brilhante. Ao reflectir a luz do Sol, os pózinhos de perlimpimpim transformavam-se em pequenas gotas de orvalho.
E assim, a Borboleta de Mil Cores acordava as flores e refrescava-lhes as pétalas, que ganhavam cores mais vivas e elegantes.
Um dia, quando o Sol anda dormia tapado com a sua manta de horizonte, a Borboleta de Mil Cores viu uma luz ao fundo do jardim.
Era uma luz cintilante e quente, e parecia uma pequena estrela no meio das flores.
Com cuidado para não acordar as flores, a borboleta esvoaçou silenciosamente na direcção da luz.
Ao aproximar-se percebeu que a luz vinha das pétalas de uma flor prateada, ainda em botão.
A Borboleta de Mil Cores ficou muito curiosa pois nunca tinha visto uma flor igual, e decidiu voar até ao horizonte para acordar o Sol.
Voou velozmente, deixando um rasto brilhante no céu.
Quando chegou ao horizonte, a borboleta chamou bem alto pelo Sol.
O Sol espreitou, ensonado, e, espreguiçando os seus raios alaranjados, vestiu-se de calor.
«Sol, ilumina a nova flor prateada do jardim!» pediu a borboleta.
E o Sol clareou o dia, esticando um raio na direcção do jardim.
Ternamente, acariciou a corola brilhante e o pequeno botão prateado acordou, abrindo as suas pétalas.A Borboleta de Mil Cores ficou encantada.
A nova flor tinha enormes pétalas de fino recorte, decoradas com motivos de ouro.
Os seus grãos de pólen pareciam minúsculos diamantes.
Atraída pela beleza e brilho mágico, a borboleta poisou na flor prateada.
Mas assim que tocou com as suas pequenas patinha no pólen da flor, as enormes pétalas fecharam-se, engolindo a borboleta!E durante dias a Borboleta de Mil Cores não foi vista.
Todas as manhãs as flores esperavam pelo seu alegre bater de asas, mas dele não havia sinal.
E as flores começaram a perder as cores e a murchar sem o orvalho mágico da borboleta.
Até que um dia as belas pétalas da flor prateada voltaram a abrir.
De dentro da flor saiu a Borboleta de Mil Cores, num bater de asas rápido.
Estava mais brilhante e esbelta, e tinha na cabeça uma maravilhosa coroa cravejada com mil pedras preciosas.
Tinha-se transformado na Rainha das Borboletas.
E ao ver o jardim tão murcho e seco, a Rainha das borboletas comoveu-se.
Pegou na sua coroa e semeou as suas mil pedras preciosas.
Passado pouco tempo, com a ajuda do Sol, nasceram mil flores de pétalas cor de cristal.
A Rainha das borboletas voou sobre as flores, espalhando finos pós de perlimpimpim prateados e as mil flores abriram-se, libertando mil borboletas de asas transparentes.
E, a partir desse dia, todos os jardins do mundo passaram a ser banhados com pózinhos de borboleta, e as flores tornaram-se mais belas e coloridas.
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