É importante e necessário que o professor se pergunte quais conhecimentos os alunos já possuem. Esta investigação inicial, orienta o professor para o que se pretende construir. Além disso, passa a conhecer os interesses, expectativas e vivências, pois assim o professor poderá prever se um texto ficará ou não além das possibilidades dos alunos, se deve substituí-lo ou articular algum tipo de ensino prévio.
Quando o professor tenta dar algumas pistas sobre o texto, está ajudando a construir contextos mentais compartilhados. Desta forma, pode-se garantir uma compreensão compartilhada, os alunos passam a possuir, antes de iniciar a tarefa solicitada, um esquema que lhe diz o que tem que fazer e o que ele sabe ou não sobre o que vai ler ou escrever.
Em cada ocasião pode-se escolher o que parecer mais adequado, como por exemplo:
Dar uma explicação geral sobre o que será lido. A explicação sobre o que será lido é importante desde que não se pretenda explicar o conteúdo, mas sim indicar sua temática. Podemos considerar que informar aos alunos sobre o tipo de texto e sua estrutura é uma forma de lhes proporcionar conhecimentos úteis.
Ajudar os alunos a identificarem determinados aspectos do texto pode ativar seus conhecimentos prévios. Em função do texto que vai ser trabalhado, pode-se explicar por exemplo a função das ilustrações, quando acompanham o texto, os títulos, os subtítulos, as numerações, os sublinhados, as mudanças de letras, e etc. Estes são aspectos que os ajudarão a saber do que se trata o texto e em cada caso.
Incentivar e motivar os alunos a exporem o que já sabem muda significativamente os procedimentos do ensino, relativizando o lugar do professor e dos alunos numa determinada situação de ensino e aprendizagem.
Quando se deixa os alunos falarem, estamos promovendo um papel ativo na aprendizagem e o papel do professor será a de reconduzir as informações e centrá-las no tema em questão. A discussão sobre as contribuições dos alunos é um dos melhores meios de atualizar o conhecimento prévio, mas deve-se atentar para cuidar da condução na hora da discussão sobre o tema, e evitar o desvio da temática ou dos aspectos principais do texto, proporcionando uma organização clara antes de defrontarem-se com o trabalho.
Para concluir, vale lembrar que toda leitura e escrita são processos contínuos de formulação e verificação de hipóteses sobre o que sucede no texto. As previsões são estabelecidas antes do trabalho em relação aos aspectos sobre a estrutura textual, títulos, subtítulos, numerações, ilustrações, cabeçalhos e etc. Naturalmente, estes índices ou indicadores textuais nos permitem inferir ou antever conteúdos do texto.
Acredita-se que lidar com variedade de textos sobre cada tipologia textual, assim como vários modelos de tipologias diferenciados, podem confundir os alunos. Diria que ao contrário, pois os alunos estão em suas vidas cotidianas, interagindo com uma ampla variedade de informações, veiculadas pelos mais diversos meios de comunicação. Então o que acontece, de forma natural, é um processo de seleção dos tipos de textos num determinado momento, do que interessa, do que desperta a curiosidade, do que atende às necessidades iminentes.
Como trabalhar com textos? Parte II
Após a produção dos alunos alfabéticos, que já lêem e escrevem convencionalmente, mas que possuem muitos erros, como corrigir o texto destes alunos?
Em vez de considerar os erros como faltas, corrigindo-os um a um, procure olhar para a produção dos alunos como fonte de informação para pautar o planejamento do que ainda precisa ser ensinado.
Fazendo isso, é possível prever que, em breve, ao menos alguns desses erros deixarão de ser cometidos. E sem que o aluno perca algo que nos mostra já ter conquistado: a disponibilidade para produzir textos completos e coerentes.Faça um levantamento dos principais erros dos alunos, que podem ser ortográficos, textos emendados, questões que precisam ser abordadas para que a turma escreva cada vez melhor, aproximando-se da escrita convencional.Textos sem segmentação
Um fato freqüentemente observado pelos professores é a escrita das palavras emendadas, sem espaços entre elas.Por que isso ocorre? Um primeiro aspecto a considerar é que a separação entre palavras é uma necessidade da linguagem escrita. Quando falamos, as palavras fluem, soam ligadas umas às outras. É só no contato com o texto escrito, muitas vezes pela leitura, que o aprendiz de escritor se dá conta de que é preciso separar as palavras com espaços.
Para preparar a atividade, escolha previamente um texto produzido que cumpra as seguintes condições:-Esteja bom do ponto de vista da linguagem, com clareza na exposição das informações.-Escolha um aspecto que queira trabalhar: ortografia, pontuação, segmentação, coerência, coesão etc.Exemplo: Se o objetivo é trabalhar com a ortografia apresente um texto com erros ortográficos.No início da aula, informe que os textos produzidos contêm erros e comente que tais erros são esperados, já que os autores são alunos do 2º ano, que ainda estão aprendendo a escrever. No entanto, como o texto ficará exposto no mural e será lido por quaisquer pessoas que circulem pela escola, é preciso corrigir os erros, de modo a facilitar sua leitura e manifestar respeito pelosfuturos leitores.Converse com os alunos, explicando que você escolheu um texto que está bem escrito, com idéias expostas de maneira clara e linguagem adequada. No entanto, foram cometidos erros tanto na escrita das palavras.Todos vão ler, tentar apontar os erros e indicar as correções que você deve fazer no texto que está na lousa.Leia o texto, linha por linha, e deixe sugerirem correções. Se apontarem erros ortográficos, peça-lhes que expliquem qual ou quais letras devem ser substituídas, acrescentadas ou suprimidas.Ao ler cada linha, marque as alterações sugeridas pelos alunos e, se houver erros ortográficos que eles não perceberam, indique a palavra e diga para observarem com atenção, porque há algo errado. Se ainda assim não descobrirem, dê a informação correta e faça a alteração necessária.
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