BLOG DA PRÔ THAÍS RUSSO

domingo, 1 de novembro de 2009

Qualidade de vida







O exercício pode ir além. O corpo é a base da identidade da criança. Por isso, a atividade física deve fazer parte da vida dela desde cedo. Não é necessário nada muito elaborado - brincar de correr e saltar já ajuda a iniciar a relação com o esporte e pode ser um bom remédio para problemas de comportamento ou desenvolvimento. Confira!



O esporte deixa seu filho mais: SaudávelVocê sabe que fazer exercícios é o melhor caminho para ter saúde. Ainda assim, tem dificuldade para inclui-los em sua rotina. Que tal ajudar seu filho a adquirir esse hábito desde pequeno? Nas grandes cidades, onde muitas crianças moram em apartamentos e não têm oportunidade brincar na rua em razão da violência urbana, elas podem ser estimuladas pelo esporte. Ceres Araújo, psicóloga especializada em crianças e adolescentes, afirma que a indicação é feita desde cedo. "A base do esporte é a atividade física, que deve fazer parte da vida da criança, como escovar os dentes", diz. Quando pequenos, trabalha habilidades motoras. Não vão correr para ganhar, mas pelo prazer de descobrir o que seu corpo pode fazer. A partir daí se faz a iniciação esportiva e, depois, a prática de uma modalidade. Alguns clubes, como o Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, têm iniciação esportiva. "Não formamos atletas. Nosso objetivo é movimentar a criança, apresentar os esportes e criar a vontade de praticar uma atividade", afirma a coordenadora da área, Ana Célia Osso da Costa.SociávelO menino tímido ou a menina com dificuldades para fazer amigos podem encontrar no esporte uma maneira para se tornar mais sociáveis. Especialmente nos coletivos, como futebol ou vôlei. É uma maneira de conhecer mais gente e, de preferência, fora da escola. O processo, entretanto, não é simples, nem rápido. Se você tem um filho assim, terá de controlar sua ansiedade para não prejudicar o trabalho. A criança deve escolher a modalidade. E os pais têm de conversar com o professor, para que ele também ajude. Primeiro, os pais levam a criança para assistir às aulas e ficar com ela lá. Depois, ela acompanha as atividades ao lado do professor e, só aos poucos, participa. O tempo que demora varia de uma criança para outra. "Temos o caso de um menino que, aos 4 anos, nem dizia o nome em voz alta. Hoje, está com 8 anos e completamente à vontade", diz Ana Célia. Ela conta que esse aluno passou por esse passo a passo e, quando se soltou, fez atividades em dupla, depois em trio, para, então, interagir com o grupo. "Ele até parou a terapia ocupacional", diz.Seguro de siA criança pode ter baixa auto-estima por uma série de situações. Até quando tem dificuldades na hora da alfabetização ou para aprender matemática, por exemplo. O esporte pode ser a solução ou apoiar o trabalho de terapia. Primeiro, porque vai tirá-la de uma rotina escola-aulas de reforço, que faz com que conviva, basicamente, com situações de fracasso ou frustração. Segundo, por colocá-la numa situação na qual pode se sentir bem-sucedida. Para tanto, é indispensável a escolha correta da modalidade. É preciso descobrir atividades de que ela goste e nas quais tenha boas chances de ter algum êxito. "A criança vai para o esporte se pode se sentir melhor, mais feliz. Em todas as idades, ela tem de encontrar prazer no corpo", diz Ceres. Uma maneira de fazê-la se sentir segura é pedir que mostre algo que sabe fazer. Aí, ensina aos colegas. Só então a atividade passa a ser mais dirigida. "Não dá, por exemplo, para colocar uma menina gordinha no balé. Ela ficará se vendo no espelho o tempo todo e se comparando com as coleguinhas", diz Ceres.ResponsávelVocê gasta seu vocabulário tentando ensinar seu filho ou dando broncas, mas ele continua precisando de boas doses de disciplina. Não pense duas vezes: o esporte é um meio eficaz de torná-lo mais responsável. Mesmo quando a atividade física se restringe a jogos e brincadeiras ele vai aprender, porque todos têm limites que ele terá de respeitar. Além disso, a criança exercita a responsabilidade, ao lidar com as regras das brincadeiras ou do esporte, ao levar o material necessário para o exercício ou ao cuidar de suas coisas. Durante as atividades, a criança também tem de respeitar o espaço do outro e a hierarquia. José Luís Villanova, diretor de marketing da Mini Sports, escola de iniciação esportiva que trabalha em condomínios e academias, afirma que o adolescente que faz esporte corre menos risco de se envolver com drogas. "Se a criança cria o hábito do exercício e depois pratica um esporte, se sente responsável por ela mesma e pelo time. Não fica na balada até tarde e não vai usar droga, porque sabe que isso vai prejudicá-la e, por tabela, à equipe dela também", explica.ConcentradoQuem não tem na família uma criança que vive no mundo da lua? Ela pode ser "trazida" à Terra de uma maneira simples: fazendo esporte. O mesmo vale para criança com déficit de atenção ou hiperatividade. Também nesses casos, é fundamental ela escolher a modalidade. Enquanto aprende exercícios e regras de jogos e brincadeiras, exercita a concentração. "Ela tem de estar focada, se quiser fazer um gol ou uma cesta", explica José Luís. Se a criança escolhe um esporte e, depois de um mês, quer trocar, os pais devem insistir para que continue por pelo menos um semestre. "Essa questão sempre aparece no meu consultório, e sempre explico aos pais que é saudável o filho experimentar esportes diferentes, mas tem de ficar, pelo menos, uns seis meses praticando cada um", afirma Ceres. Depois desse período, poderá trocar, até porque o ideal é que ela conheça várias modalidades, para encontrar a de que mais gosta. Mas não pode trocar toda hora, pois não haverá tempo suficiente para aprender um pouco da atividade e exercitar sua capacidade de concentração.FelizÉ assim que seu filho vai se sentir ao praticar um exercício ou esporte regularmente. A atividade física propriamente dita já produz o efeito de deixar a pessoa mais relaxada e com sensação de bem-estar. Seja porque consegue ser bem-sucedida, seja simplesmente por ter a oportunidade de extravasar sua energia. O esporte também deixa seu filho mais feliz, porque ele passa a ter companhia. "Atualmente, muitos são filhos únicos, o que faz com que fiquem muito sozinhos", afirma José Luís. E mais, a atividade física pode ajudar a resgatar o convívio dos pais com os filhos. Como, normalmente, pai e mãe trabalham fora e nos fins de semana estão cansados, muitas vezes não desenvolvem o hábito de ir a parques e praças nos dias de folga para brincar com as crianças. Quando o filho começa a fazer um esporte, muitas vezes convida o pai para jogar bola ou ir nadar. Essas atividades familiares são importantes para o desenvolvimento da criança e a deixam mais feliz, por conviver mais tempo com o pai e a mãe.




Extraído da Revista Crescer, abril/2007

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